segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Águia-imperial-ibérica
A águia-imperial-ibérica (Aquila adalberti) é uma espécie de águia endémica do sudoeste da Península Ibérica e norte de Marrocos. Até pouco tempo era considerada uma subespécie da águia-imperial-oriental (Aquila heliaca), porém os estudos do ADN de ambas as aves demonstraram que estavam suficientemente separados para cada uma constituir uma espécie válida. A águia-imperial-ibérica encontra-se actualmente em perigo de extinção.
Descrição
A sua plumagem é parda muito escura em todo o corpo, excepto nos ombros e parte superior das asas, de cor branca. A nuca é ligeiramente mais pálida que as outras partes do corpo, e a cauda mais escura, sem faixas claras ou linhas brancas como na águia-imperial-oriental. No caso dos indivíduos subadultos, estes são pardos avermelhados, sem diferenças de coloração, e não desenvolvem a plumagem dos indivíduos até aos 5 anos de idade, ao mesmo tempo que atingem a maturidade sexual. O tamanho médio dos adultos é de 80 cm de altura e 2,8 kg, se bem que as fêmeas, maiores que os machos, possam chegar aos 3,5 kg. A envergadura varia entre os 1,9 e 2,2 m.
Habita em áreas de sobreiros e azinheiras esparsos, com pradarias próximas. A base da sua alimentação é constituída por coelhos, que caçam solitárias ou em parelha. Também depreda sobre lebres, pombos, corvos e outras aves, e em menor escala raposas e pequenos roedores, podendo alimentar-se ocasionalmente de carne de cadáveres. As capturas são consideravelmente menores que as da águia-real, dado que as garras da imperial não são tão fortes como as da real.
Ao contrário da águia-imperial da Eurásia e África oriental, a espécie ibérica não emigra. Cada casal defende a sua zona de caça e reprodução (uns 2000 hectares) durante todo o ano.
Reprodução
A águia-imperial-ibérica é monogâmica. A época de acasalamento tem lugar de Março a Julho, durante a qual as águias restauram um dos ninhos que têm usado durante anos, rodando de um para outro. Estes ninhos estão situados na copa de árvores como sobreiros e pinheiros. Nas zonas de reflorestação habituaram-se a nidificar sobre eucaliptos, apesar de ser esta una espécie alóctone. Nidificam tanto em ramos altos como baixos.
A postura típica consta de quatro a cinco ovos de 130 gramas de peso que são incubados durante 43 dias. É normal desenvolverem-se até três crias, ainda que esta tendência tenha diminuído ao longo dos últimos anos devido ao uso de pesticidas, que aumentam o número de ovos estéreis. Se o ano é mau e há pouca comida, a cria maior monopoliza-a e é a única que sobrevive; não obstante, pode-se dizer que a águia-imperial-ibérica não pratica o cainismo. Quando necessitam de ir em busca de comida, os progenitores cobrem os ovos ou crias com folhas e ramos para evitar que sejam descobertos pelos predadores, algo que por vezes não é suficiente, resultando que algumas crias sejam capturadas por uma águia-real ou, no caso de ninhos baixos, por uma raposa ou outro carnívoro de tamanho médio.
As crias abandonam os ninhos entre os 65 e os 78 dias, mas continuam a viver nas imediações e a ser alimentados pelos progenitores durante quatro meses. Após este tempo, tornam-se independentes e iniciam uma vida nómada. Quando alcançam a maturidade sexual visitam frequentemente os limites dos territórios de casais sedentários em busca de algum indivíduo de sexo oposto solteiro ou viúvo. Os jovens nómadas são frequentemente atacados pelos casais adultos em cujos territórios entram.
Águia-gritadeira
A águia-gritadeira (Aquila clanga) é uma águia muito semelhante à águia-pomarina, com a qual pode ser facilmente confundida, tanto mais que os seus habitats se sobrepõem e as duas espécies dão origem a híbridos. É toda escura, apresentando malhas apenas na plumagem juvenil. Possui uma "ferradura" branca na base da cauda, tal como a pomarina. Tem um comprimento de 65-72 cm e uma envergadura de asas de 155-180 cm. Reproduz-se no nordeste da Europa em florestas densas, próximo de rios ou lagos.
Em Portugal esta espécie é rara, mas nos últimos anos tem sido observada a presença de um ou dois indivíduos invernantes, principalmente no estuário do Tejo.
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Águia-de-asa-redonda
A águia-de-asa-redonda, Minhoto ou bútio (Buteo buteo) é uma ave de rapina originária do Velho Mundo.
Descrição
Tem tipicamente entre 51-57 de comprimento e 110 a 130 cm de envergadura de asas. A sua plumagem é de cor diversificada, de indivíduo para indivíduo e conforme a estação do ano. Os adultos passam uma fase em que apresentam a parte inferior do corpo e asas mais clara, podendo ser quase branca. É notável uma característica banda transversal branca no peito e manchas escuras nas juntas carpais. A cauda apresenta quase sempre listras transversais. Cabeça pequena e cauda curta.
Habitat e distribuição
Habita a floresta e caça habitualmente em campo aberto, preferindo áreas arborizadas com clareiras e zonas pantanosas ou de charneca.
Habita a maioria da Europa e parte da Ásia, sendo a mais comum das grandes rapaces nas sua área de distribuição. É uma ave residente exceptuando nas partes mais frias da sua área de distribuição, tal como na Escandinávia.
Comportamento
Normalmente não formam bandos, mas podem ser observados vários indivíduos juntos aquando de migrações ou em habitats óptimos.
Voa com batimentos lentos e em círculos planados. Executa com frequência curtos voos picados, aparentemente para treino.
Alimenta-se de pequenos mamíferos e carcaças de animais.
Reprodução
Fazem um ninho volumoso de ramos e gravetos numa árvore, num rochedo ou numa saliência rochosa. Põe 3 a 4 ovos brancos. A incubação demora cerca de 42 dias, sendo feita principalmente pela fêmea. As crias, realizam o primeiro voo ao fim de 40 a 45 dias.
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Puro sangue lusitano
Puro Sangue Lusitano é uma raça de cavalos com origem em Portugal. É o cavalo de sela mais antigo do Mundo, sendo montado aproximadamente há mais de 5.000 anos. Os seus ancestrais são comuns aos da raça Sorraia e Árabe. Essas duas raças formam os denominados cavalos ibéricos, que evoluíram a partir de cavalos primitivos existentes na Península Ibérica dos quais se supõe descenderem directamente o pequeno grupo da raça Sorraia ainda existente. Pensa-se que essa raça primitiva foi cruzada com cavalos Brad oriundos do Norte de África e mais tarde tiveram também influência do Árabe.
O Puro Sangue Lusitano apresenta aptidão natural para alta escola( Haute École) e exercícios de ares altos, uma vez que põe os membros posteriores debaixo da massa com grande facilidade. Assim, o Lusitano revela-se não só no toureio e equitação clássica, mas também nas disciplinas equestres federadas como dressage, obstáculos, atrelagem e, em especial, equitação de trabalho, estando no mesmo patamar que os melhores especialistas da modalidade.
Foram estes cavalos portugueses, os utilizados na produção do filme "O Senhor dos Anéis".
Garrano
Garrano é uma raça de cavalo nativa do Norte de Portugal, utilizada desde há muitos séculos como animal de carga e trabalho.
Devido ao seu tamanho é considerado um Pónei. Habita actualmente em estado semi-selvagem nas zonas da serra do Gerês e da serra da Cabreira, tendo em tempos habitado o Minho e Trás-os-Montes donde é oriundo.
É uma raça protegida devido ao risco de extinção a que esteve sujeito até há pouco tempo.
Hoje o "Garrano" encontra-se não apenas no meio selvagem mas também na posse de alguns criadores particulares, que actualmente já vem a aumentar o seu numero devido 'as caracteristicas do cavalo (dócil para com as crianças, inteligente, trabalhador, de fácil treino..).
A sua cor é castanho, as suas crinas e rabada de cor preta, e não ultrapassa 1,35 m
Além de animal de tiro também tem aptidão para sela.
É também utizado no norte de Portugal como cavalo de corrida onde é muito admirado.
Esta espécie de cavalo é ainda hoje utilizada num tipo de corrida de cavalos muito peculiar e muito popular em Trás-os Montes e Minho. Trata-se da corrida em passo travado, ou somente travado. O Garrano aqui demonstra uma aptidão fora do vulgar para a aprendizagem e execução deste tipo de
Lontra
A lontra é um animal mamífero da sub-família Lutrinae, pertencente à ordem carnívora e à família dos mustelídeos. Vive na Europa, Ásia, África, porção sul da América do Norte e ao longo de toda a América do Sul, incluindo o Brasil e a Argentina. Seu habitat é no litoral ou próximo aos rios onde busca alimentos como peixes, crustáceos, répteis e menos freqüentemente aves e pequenos mamíferos.
Geralmente a lontra tem hábitos noturnos, dormindo de dia na margem do rio e acordando de noite para buscar alimento. Os grupos sociais são formados pelas fêmeas e seus filhotes, os machos não vivem em grupos e só se junta a uma fêmea na época de acasalamento. O período de gestação da lontra é de cerca de 2 meses e ao fim nascem de 1 a 5 filhotes.
A lontra adulta mede de 55 a 120 centímetros de comprimento (incluindo a cauda) e pesa até 35 quilos. Embora sua carne não seja comercializada em larga escala a lontra faz parte da lista de animais ameaçados de extinção principalmente pelo alto valor da sua pele e pela depredação dos ecossistemas aos quais a lontra está adaptada.
Esse animal possui uma pelagem com duas camadas, uma externa e impermeável e outra interna usada para o isolamento térmico. O corpo por sua vez é hidrodinâmico, preparado para nadar em alta velocidade.
Embora seja um animal carnívoro e normalmente selvagem, a lontra é dócil e gosta de brincar com as pessoas, sendo que muitas vezes é possível domesticá-la.
A lontra é capaz de assobiar, chiar e guinchar. Pode ficar submersa durante 6 minutos e ao nadar pode alcançar a velocidade de 12 km/h.
Ouriço-caixeiro
Em Portugal, designa-se por ouriço-caixeiro o Erinaceus europaeus, um mamifero insectivoro da familia Erinaceidae.
No Brasil, ouriço-caixeiro (Coendou prehensilis) é um porco-espinho arborícola, solitário, notívago e frugívoro, encontrado em florestas tropicais do México até na América do Sul.
O Coendou prehensilis é um pequeno mamífero de 18 a 20 cm de comprimento e cerca de 1 kg de peso máximo, seu corpo é coberto por espinhos curtos e pontiagudos em cor esbranquiçada ou amarelada, misturada com o pelo mais escuro. Esse animal tem hábitos arborícolas e transita com freqüência pelas bordas das matas de galeria, onde pode entrar em contato com animais domésticos e pessoas, ele são animais noturnos, mas que no final do dia já começam a ficar bastante activos. À noite saem para procurar presas, tendo que seu olfato e audição são bastantes aguçados, eles também são animais solitários e territoriais, só se encontram nos meses de abril e agosto para se reproduzirem. Cada ninhada é composta de quatro a sete filhotes, que nascem em um ninho construído com folhas secas. Com três meses de idade, eles podem deixar o ninho. São animais que em condições ideais podem viver até sete anos.
Texugo-europeu
O texugo-europeu ou texugo-euroasiático (Meles meles) é um mamífero mustelídeo indígena da maior parte da Europa e de muitas áreas da Ásia. É a única espécie classificada no género Meles. As subspécies comumente aceites são: Meles meles meles (Europa Ocidental), Meles meles marianensis (Espanha e Portugal), Meles meles leptorynchus (Rússia), Meles meles leucurus (China e Tibete) e Meles meles anaguma (Japão).
A sua pelagem de cores contrastantes - onde se misturam o preto e o branco, acinzentada no dorso e preta no ventre - confere-lhe uma originalidade que o torna difícil de confundir-se com qualquer outro mamífero da fauna portuguesa. O corpo é robusto e um pouco alongado, com a cabeça pequena de orelhas pouco evidentes e focinho pontiagudo. A cabeça é branca com duas listas pretas que se alargam longitudinalmente da zona dos olhos para as orelhas, cumeadas de branco. Nas patas anteriores são visíveis garras potentes que utiliza essencialmente na escavação das tocas. Tem um comprimento máximo de 80 cm e um peso médio de 8 kg entre Março e Maio e de 12 kg entre Setembro e Fevereiro. Vive em tocas forradas como se de um ninho se tratasse. Estas são formadas por diversos túneis e câmaras com ninhos, e contam com muitas entradas.
É um animal de hábitos essencialmente nocturnos, iniciando a sua actividade apenas após o pôr do Sol. Sendo bastante comum em Portugal, é raramente avistado por ter hábitos nocturnos. É omnívoro e oportunista, alimentando-se de pequenos mamíferos roedores, insectos e invertebrados (sobretudo minhocas e caracóis). Os frutos, raízes e bolbos também fazem parte da sua diversificada dieta alimentar. Vive em grupos com uma média de cinco a seis indivíduos, mas caça sozinho.
A época do cio ocorre na Primavera e os nascimentos verificam-se no Verão, tendo a gestação uma duração aproximada de dois meses. As ninhadas — apenas uma por ano — são geralmente compostas por 3 a 6 indivíduos. Os casais reprodutores mantêm-se juntos todo o ano. Vive um máximo de 14 anos, sendo por vezes vítima de atropelamento.
Javali
O javali (do árabe djabali, significando porco montanhês) ou javardo (Sus scrofa), é um mamífero artiodáctilo, da família Suidae de médio porte e corpo robusto. É a mais conhecida e a principal das espécies de porcos selvagens.
Tem ampla distribuição geográfica, sendo nativo da Europa, Ásia e Norte da África. Em tempos recentes foi introduzido nas Américas e na Oceania.
É o antepassado a partir do qual evoluiu o actual porco doméstico (Sus domesticus ou Sus scrofa domesticus).
Características físicas
Os javalis são animais de grandes dimensões, podendo os machos pesar entre 130 e 250 kg e as fêmeas entre 80 e 130 kg. Medem entre 125 e 180 cm de comprimento e podem alcançar uma altura no garrote de 100 cm. Os machos são consideravelmente maiores que as fêmeas, além de terem dentes caninos maiores. Na Europa, os animais do norte tendem a ser mais pesados que os do sul.
Esqueleto de javali.
O corpo do javali é robusto e estreito, com patas relativamente curtas. Tem uma cabeça grande, triangular, com olhos pequenos, mas quando é criado junto aos porcos domésticos, para criar o hibrido javaporco o crânio começa a mudar ficando mais assemelhados ao porco doméstico.
Os quartos dianteiros do javali são mais robustos que os traseiros, enquanto que no porco doméstico ocorre o contrário; a diferença se deve à intensa seleção por variedades de porcos domésticos com mais carne levada a cabo pelos criadores.
A boca é provida de enormes caninos que se projetam para fora e crescem continuamente. Os caninos superiores são curvados para cima, enquanto os inferiores, maiores ainda, chegam a ter 20 cm de comprimento. Os caninos são usados como armas em lutas entre machos e contra inimigos.
Ao contrário de certas raças de porcos domésticos, os javalis são cobertos de pelagem. Os pelos são rijos e nos adultos variam de cor entre o cinza-escuro e o acastanhado. Os filhotes apresentam cor de terra clara com listras negras, o que lhes dá uma camuflagem muito eficiente. A pelagem dos filhotes escurece com a idade.
Habitat
Os javalis preferem bosques com bastante vegetação onde possam esconder-se, mas também frequentam à noite áreas abertas, assim como áreas cultivadas. Em sua ampla área de distribuição ocupam bosques temperados até florestas tropicais. Não ocorrem em desertos nem em alta montanha.
Distribuição geográfica do javali há alguns séculos (verde) e áreas em que a espécie foi introduzida como espécie exótica (azul).
[editar] Distribuição geográfica e subespécies
O javali tem ampla distribuição geográfica. Ocorrem na maior parte da Europa e no Norte da África, junto ao Mar Mediterrâneo. Na Ásia se distribuem pela Sibéria, Ásia Menor, Oriente Médio, Ásia Central, Índia, China, Japão e Sudeste Asiático até a Indonésia. Na Ásia estão excluídos das regiões desérticas e altas cadeias de montanhas.
Antes ocorriam ao longo do vale do Nilo até o Sudão, mas foram extintos nessa região há alguns séculos.
Na Europa os javalis foram muito caçados e levados à beira da extinção em várias regiões, mas nas últimas décadas os animais tem aumentado em número e até recolonizado áreas de onde haviam desaparecido. As razões da recuperação na Europa incluem êxodo das populações humanas para os centros urbanos com consequente diminuição de área cultivada, a reflorestação e a eliminação dos predadores naturais do javali, como o lobo e o lince.
Na Grã Bretanha os javalis foram exterminados ainda em finais do século XIII, mas na década de 1990 se restabeleceram pequenos grupos selvagens na Inglaterra derivados de animais que escaparam de fazendas de javalis. Na Dinamarca e na Suécia os javalis foram extintos no século XIX, mas voltaram a partir dos anos 1970. Na região italiana da Toscana, onde o javali foi extinto devido à agricultura intensiva, foram detectados animais nos anos 1990.
Como em toda a Europa, em Portugal a população de javalis foi muito reduzida pela caça e destruição dos seus habitats, mas desde os anos 1970 tem havido um grande aumento em número. Ocorrem em grande parte do território continental português.
Javali indiano (Sus scrofa cristatus) no Parque Nacional Ranthambore.
Subespécies
O número de subespécies de Sus scrofa é um assunto controverso, mas pode-se considerar que existam pelo menos quatro subespécies selvagens:
* Sus scrofa scrofa (Norte da África e Europa)
* Sus scrofa ussuricus (Norte da Ásia e Japão)
* Sus scrofa cristatus (Ásia Menor, Índia e Sri Lanka)
* Sus scrofa vittatus (Indonesia)
O porco doméstico é derivado do javali selvagem e é considerado por alguns autores como uma outra subespécie - Sus scrofa domestica.
Hábitos alimentares
O javali passa grande parte do dia fossando a terra em busca de comida. É um animal omnívoro, com preferência por matéria vegetal como raízes, frutos, bolotas, castanhas e sementes. Também invadem terras cultivadas, especialmente campos de batata e milho.
Os javalis também incluem animais em sua dieta, como caracóis, minhocas, insetos, ovos de aves e até pequenos mamíferos. Também consomem animais mortos.
Comportamento
O javali é de comportamento sociável, mas não é territorialista, ou seja, não marca territórios. Reúne-se em grupos matriarcais, normalmente com três a cinco animais, formados pelas fêmeas e suas crias, embora possam ser encontrados grupos superiores a vinte indivíduos. A javalina (ou gironda - a fêmea do javali, quando já madura) dominante é a de maior idade e tamanho e sempre fica um pouco mais afastada do grupo como uma Guarda, que normalmente dá sua vida para que o restante fuja. Os jovens machos de um ano, chamados barrascos, vivem na periferia do grupo.
Banho de lama.
Exceptuando-se o período de cio, os machos em idade reprodutora (barrões, varrões) são bem mais solitários, mas podem ser vistos acompanhados por um ou mais machos jovens, conhecidos por escudeiros.
O grunhido do javali chama-se arruar.
Quotidiano
O javali, durante o dia, é normalmente sedentário e descansa em tocas (malhadas), onde faz seu encame (a "cama" do javali chama-se mancha). Durante as noites é bastante ativo, chegando a percorrer distâncias consideráveis, que podem variar de 2 a 14 km por noite, normalmente ao passo cruzado ou ao trote ligeiro (J. Reichholf, 1995), enquanto nas corridas pode praticar um rápido galope que, no entanto, pode manter por curto período.
Nos bosques utiliza quase sempre os mesmos caminhos para suas andanças, mas as fêmeas prenhes ou com crias tornam-se mais sedentários.
Banho de Lama
Os banhos na lama têm várias funções para os javalis. Uma função é regular a temperatura corporal, uma vez que os javalis não suam por terem glândulas sudoríparas atrofiadas. De igual modo se considera que os banhos de lama tem importante papel nas relações sociais da espécie, inclusive na seleção sexual. Enquanto no verão usam do banho na lama todos os javalis, sem distinção de sexo ou idade, durante a época do cio parecem reservados quase que exclusivamente aos machos adultos. Têm-se considerado que estes banhos podem ajudar a manter os odores corporais sob um substrato estável como aquele proporcionado por uma camada de barro aderida ao pêlo.
Reprodução
Na Europa o tempo de reprodução vai de Novembro a Janeiro, quando os machos adultos solitários buscam fêmeas receptivas. Ao encontrar uma vara (grupo de animais de mesma ninhada), o macho começa por expulsar os jovens do ano anterior. Se necessário, luta contra seus rivais para conquistar as fêmeas, em geral duas ou três, podendo alcançar até mesmo oito. As lutas pelas fêmeas podem ser ferozes: muitas vezes os machos terminam feridos pelos caninos dos rivais.
A gestação dura cerca de 110 dias, com os nascimentos ocorrendo entre Fevereiro e Abril. As ninhadas tem entre 2 a 10 leitões, que após uma semana já podem acompanhar a mãe em suas andanças. O desmame acontece aos 3-4 meses de idade.
As crias com menos de 6 meses são amarelas, raiadas de castanho escuro, e designam-se por listados. A partir dos 6 meses a pelagem torna-se avermelhada e as crias tomam o nome de farropos, progressivamente a pelagem vai escurecendo até tomar uma tonalidade cinzenta escura, momento em que a cria passa a ser considerada um javali de vara.
A maturidade sexual é alcançada aos 8-10 meses, ainda que os machos jovens são impedidos de acasalar-se pelos machos mais velhos. O tempo de vida médio é de cerca de 20 anos em cativeiro.
Corça
A corça ou corço, ou ainda cabra-montês (Capreolus capreolus), é um mamífero artiodáctilo da família dos cervídeos que ocorre na Europa, Ásia Menor e na região ao redor do Mar Cáspio.
Características.
A corça é o menor cervídeo europeu, variando de 95 a 135 cm de altura e pesando entre 18 e 29 kg. A pelagem varia de cor e comprimento, sendo curta e avermelhada no Verão, longa e marrom-acinzentada no Inverno.
As galhadas, presentes só nos machos, são curtas e pontiagudas. São usadas na disputa por fêmeas durante a época de reprodução, no Verão. No Outono, as galhadas caem para crescerem novamente na Primavera.
A média de vida de uma corça selvagem é de oito anos, podendo chegar aos 14 anos.
Dieta.
A corça se alimenta de folhas, brotos, cascas de árvores e também de plantas cultivadas.
Reprodução.
A temporada de reprodução da corça é no alto verão, quando os machos se tornam territoriais. O cio das fêmeas ocorre mais cedo do que os demais cervídeos graças a uma adaptação evolutiva. O embrião da corça passa por um processo chamado de implante atrasado, que permite o filhote nascer durante a primavera. A gestação é de em torno 300 dias, ao fim dos quais nascem um, ou raramente, dois filhotes.
Os filhotes nascem com marcas brancas características sobre os flancos, que desaparecem passados cerca de dois meses. Após este período, o filhote é desmamado, permanecendo com a mãe até o nascimento da próxima ninhada.
Hábitos.
A corça é normalmente um animal de hábitos solitários, preferindo realizar suas atividades durante o nascer e o pôr-do-sol.
Distribuição geográfica.
Na Europa, a corça se distribui por quase todos os países, estando ausente da Irlanda, Islândia, Córsega, Sardenha e norte da Escandinávia. A oriente, a corça alcança o oeste da Rússia, Ásia Menor até o Mar Cáspio, incluindo o norte da Síria, Iraque e Irão. Devido a sua adaptabilidade, a corça sobrevive bem em ambientes alterados pelo homem, sendo o cervídeo mais comum da Europa.
Em Portugal, a corça ocorre principalmente no norte e ao longo da fronteira com a Espanha. Áreas protegidas com populações de corças são o Parque Nacional da Peneda-Gerês, Parque Natural de Montesinho, Parque Natural do Alvão e o Parque Natural do Douro Internacional. Recentemente se registrou seu retorno à Reserva Natural Serra da Malcata.
Mitologia.
A corça é consagrada à deusa Ártemis (Diana).
Capturar uma corça com pés de bronze, que nunca se cansava, foi um dos doze trabalhos de Héracles.
Veado-Vermelho
O veado-vermelho (Cervus elaphus) é uma espécie de veado de grande porte do hemisfério norte, distribuído pela Europa, Ásia e Norte da África. A espécie foi também introduzida em várias regiões do mundo.
Características.
O veado-vermelho é um mamífero artiodáctilo ruminante da família Cervidae. É um animal de grande porte, sendo o maior cervídeo depois do alce. Os machos chegam a uma altura no garrote de 1,2 metro e 2,4 metros de comprimento. O peso varia com a região, sendo que mais ao norte os animais tendem a ser maiores: os machos podem pesar até 350 kg na Europa Central, mas na Península Ibérica não passam dos 250 kg e as fêmeas 150 kg. São mamíferos ungulados; cada pata se apóia sobre dois dedos que terminam em cascos.
Fêmeas e macho de veado-vermelho.
A pelagem do veado-vermelho muda com a estação do ano, variando de castanho-avermelhado no verão a castanho-escuro no inverno. Os filhotes apresentam manchas brancas no dorso que os ajudam a camuflar-se em seu ambiente.
O veado-vermelho tem um marcado dimorfismo sexual. Os machos são mais pesados e têm o pescoço muito robusto comparado às fêmeas. Em regiões como o norte da Europa os machos desenvolvem uma área de pêlo espesso ao redor do pescoço no outono, formando uma juba.
Galhadas.
O aspecto mais chamativo de diferenciação entre machos e fêmeas é a presença nos machos das galhadas (hastes). Trata-se de estruturas ósseas ramificadas que crescem todos os anos no alto da cabeça dos machos, caindo após a época da reprodução. A galhada cresce envolvida em uma fina capa de pele rica em vasos sanguíneos, que seca quando a galhada atinge seu tamanho máximo no ano.
Em cada macho, a galhada cresce mais e ganha mais ramificações a cada ano, de maneira que os machos mais velhos têm galhadas mais exuberantes. A função destas estructuras está ligada à competição pelas fêmeas durante a época da reprodução, quando machos rivais medem forças empurrando-se com as galhadas.
Habitat.
Em sua ampla área de distribuição, o veado-vermelho ocupa vários habitats diferentes, variando da floresta temperada, matagais de arbustos e áreas abertas, onde os animais encontram as ervas que necessitam para comer.
Alimentação.
O veado-vermelho come uma grande variedade de matéria vegetal. As fontes de alimentos destes animais incluem ervas, folhas, brotos de árvores e arbustos, frutos e cogumelos. No outono e inverno europeu consomem muitas bolotas de carvalhos e árvores similares.
Comportamento social e reprodução.
Como muitos cervídeos, o veado-vermelho é uma espécie social. Durante a maior parte do ano, machos e fêmeas andam em grupos separados por sexo. Na época do acasalamento, entre setembro e novembro, os machos adultos formam haréns com até 20 fêmeas. Nessa época os machos competem pelas fêmeas, medindo visualmente suas forças pela forma e tamanho das galhadas. Os machos também emitem altos bramidos que atraem as fêmeas e servem para intimidar os rivais - o que faz com que a época de reprodução seja conhecida por brama.
Se as intimidações visuais e sonoras falham, os machos lutam com as galhadas, empurrando-se até que o mais fraco fuja. Em geral os machos não se machucam nessas lutas, mas as galhadas às vezes causam graves feridas entre os competidores.
Os filhotes nascem após uma gestação de 240 a 262 dias, entre os meses de maio e junho. As fêmeas têm em geral uma cria, às vezes duas. Ao nascer, as crias pesam cerca de 16 kg e passam a acompanhar a manada após duas semanas. O desmame ocorre aos dois meses, e a independência da mãe após um ano de vida, quando nascem as próximas crias.
O veado-vermelho pode viver 20 anos em cativeiro e até 13 anos em estado selvagem.
Distribuição geográfica e sub-espécies.
As distintas sub-espécies de veado-vermelho se distribuem por quase toda a Europa Ocidental, Europa Oriental, Norte da África (Marrocos, Tunísia e Argélia), Ásia Menor, sul da Sibéria e Ásia Central, alcançando parte da Índia (Caxemira) e China.
Há uma espécie de veado do noroeste da Ásia e América do Norte (Canadá e Estados Unidos) - o uapiti - que às vezes é considerada uma sub-espécie do veado-vermelho, Cervus elaphus canadensis. Estudos genéticos recentes, porém, sugerem que se trata de uma espécie separada, Cervus canadensis.
Na Europa, o veado-vermelho desapareceu de vastas áreas devido à caça e à desflorestação, mas a espécie têm recolonizado seus antigos habitats ao longo do século XX. Actualmente as maiores populações de veados-vermelhos na Europa Ocidental se encontram nas terras altas (highlands) da Escócia.
Em Portugal o veado-vermelho foi quase extinto no século XX, mas seus números tem aumentado. Actualmente a espécie ocorre em áreas ao longo da fronteira com a Espanha, estando representada nas áreas protegidas do Parque Nacional de Peneda Gerês, Parque Natural da Serra de São Mamede, Parque Natural de Montesinho e Parque Natural do Tejo Internacional. Apesar de ainda ser relativamente raro, é considerada uma espécie em expansão. No Montesinho é uma importante presa natural do lobo-ibérico.
O veado-vermelho foi também introduzido em outras áreas do país como a Tapada Nacional de Mafra e a Tapada Nacional de Vila Viçosa. Na década de 1990 foi re-introduzido na Serra da Lousã, no centro de Portugal.
Introdução como espécie exótica.
Devido ao seu valor como espécie cinegética, o veado-vermelho foi introduzido em vários países como Argentina, Chile, Austrália e Nova Zelândia. Na América do Sul considera-se que o veado-vermelho tem um efeito negativo para a ecologia local, competindo com espécies de herbívoros nativos e alterando a flora.
Ameaças.
Globalmente considerado pouco preocupante, algumas sub-espécies são consideradas vulneráveis, como a C. elaphus barbarus do Norte da África e a C. elaphus corsicanus da Córsega e Sardenha.
Um grave problema na Grã-Bretanha e Irlanda é o cruzamento do veado-vermelho autóctone com um cervídeo asiático introduzido, o veado-de-sica (Cervus nipal). Acredita-se que em pouco tempo todas as populações das ilhas britânicas poderão ser híbridos entre o veado-vermelho e o veado-de-sica.
Gato-Bravo
O gato-bravo (Felis silvestris), também conhecido como gato-selvagem, gato-cabeçana ou gato-montês, é um pequeno felino natural da Europa, África e Ásia. A espécie é bastante versátil e ocupa habitats diversificados como savanas, florestas e estepes. O gato-doméstico evoluiu a partir do gato-bravo e é considerado como sua sub-espécie (Felis silvestris catus).
Características.
O gato-bravo é um carnívoro de médio porte, semelhante aos gatos-domésticos, mas mais robusto. A cabeça é grande e arredondada, com um focinho curto e poderosas mandíbulas. Os olhos são geralmente verdes. As patas são curtas e fortes.
A pelagem é acastanhada e/ou acinzentada, o que permite camuflar-se no seu ambiente. A principal característica distintiva é a sua cauda grossa e de aspecto tufado, que apresenta 3 a 5 anéis pretos, largos e bem espaçados, terminando numa ponta negra arredondada. O corpo também tem riscas ao longo dos flancos e patas. Ao contrário de muitos gatos-domésticos, a pelagem do gato-bravo não tem pintas.
Os machos têm entre 52 e 65 cm de comprimento e pesam em média 5 kg (máximo 7 kg), enquanto as fêmeas medem entre 48 e 57 cm e pesam cerca de 3,5 kg. O peso dos animais varia sazonalmente.
Habitat.
O gato-bravo habita preferencialmente bosques fechados, mas também ocorrem em matagais mediterrâneos e florestas de coníferas. Durante o dia podem refugiar-se em buracos de árvores, fendas nas rochas ou tocas abandonadas de outros animais.
Comportamento.
É um animal tímido e esquivo, de hábitos nocturnos e difícil de observar na natureza. Como quase todos os felinos, o gato-bravo é um animal solitário.
Cada animal controla um território que defende tenazmente de invasores. Machos e fêmeas se buscam apenas na época do acasalamento, no final do inverno boreal. Os territórios podem ter entre 0.6 e 3,5 km², ainda que em Portugal os territórios tendem a ser maiores, alcançando 10-12 km².
Os gatos-bravos tem excelentes sentidos: audição, olfato e visão. São também grandes trepadores, passando grande parte do tempo sobre os ramos das árvores.
Alimentação.
O gato-bravo come principalmente pequenos mamíferos como roedores (ratos-selvagens) e lagomorfos (coelhos e lebres). Também come aves e, mais raramente, pode se alimentar de répteis, anfíbios e até mesmo de insectos.
Reprodução.
Os acasalamentos ocorrem no final do inverno, entre janeiro a março. Nessa época os machos mais dominantes copulam com várias fêmeas. Após um período de gestação de entre 63 a 70 dias nascem os filhotes, a maioria entre o final de março e o final de abril. As ninhadas têm entre 3 a 7 crias. As fêmeas tem uma ninhada por ano.
As crias são amamentadas por entre 6 a 7 semanas, e a partir dessa idade começam a se tornar independentes e a buscar um território. As fêmeas alcançam a maturidade sexual aos 9-10 meses de idade, e os machos aos 12 meses.
Distribuição e sub-espécies.
As várias sub-espécies selvagens do gato-bravo têm ampla distribuição geográfica, ocorrendo em grande parte da Europa, Ásia e quase toda a África excetuando o deserto do Sahara.
Distribuição das subespécies de Gato-bravo no Velho Mundo baseada num estudo genético de 2007. Na Europa a variedade F. silvestris silvestris já teve uma distribuição mais ampla no passado (verde claro) que hoje (verde-escuro).
De acordo com um estudo genético de 2007, há cinco sub-espécies de gato-bravo:
Felis silvestris silvestris (Europa e Turquia).
Felis silvestris lybica (Norte da África, Oriente Médio e Ásia Central).
Felis silvestris cafra (África subsariana).
Felis silvestris ornata (Paquistão, noroeste da Índia, Mongólia e norte da China).
Felis silvestris bieti (China).
Além das sub-espécies selvagens, os gatos-domésticos são considerados membros da subespécie Felis silvestris catus, derivada da domesticação do gato-da-Líbia (Felis silvestris lybica) na região do Crescente Fértil mais de 9000 anos atrás.
O gato-bravo desapareceu de várias regiões da Europa Ocidental. Em Portugal ocorre a sub-espécie Felis silvestris silvestris de norte a sul do país, mas não se conhece sua tendência populacional. Várias áreas de conservação em Portugal abrigam populações de gatos-bravos, como o Parque Nacional da Peneda-Gerês, Parque Natural do Alvão, o Parque Natural de Montesinho, o Parque Natural do Douro Internacional, o Parque Natural da Serra de São Mamede, a Reserva Natural Serra da Malcata e outros.
Ameaças.
Ainda que globalmente considerado uma espécie abundante, o gato-bravo é ameaçado localmente pela caça furtiva, destruição de habitats e diminuição de suas presas naturais (roedores e coelhos). Na Europa, um dos principais problemas é a hibridação da sub-espécie selvagem, Felis silvestris silvestris, com o gato-doméstico, que pertence a outra sub-espécie. Estudos genéticos mostram que, em algumas regiões europeias, grande parte dos gatos-bravos europeus são híbridos entre as sub-espécies selvagem e doméstica.
Raposa-Vermelha
A raposa-vermelha (Vulpes vulpes) é um mamífero, carnívoro, de médio porte, com os pelos geralmente castanho-avermelhados, (nos filhotes essa pelagem é castanho-escura, e só depois dos primeiros 6 meses de vida sua coloraçao se torna igual a dos adultos). É também um dos carnívoros com mais distribuição pelo mundo. Tem hábitos noturnos e crepusculares (exceto em lugares de pouca movimentação podendo ser vista durante o dia),come em média 500g de comida todos os dias, caça geralmante animais pequenos como coelhos e lebres, mas seu cardápio pode se estender à roedores, aves, insetos, peixes, ovos, e frutos, tem cerca de 20 esconderijos para comida podendo se lembrar de todos eles, em caso de necessidade esse animal pode se alimentar de restos de comida humana e animais mortos, tudo isso devido à sua grande capacidade de adaptação. Nos EUA é conhecida por ser "ladra de galinheiros".
Reprodução.
As raposas-vermelhas acasalam entre dezembro e fevereiro, sua gestação dura pouco menos de dois meses (52 à 53 dias), a fêmea tem entre 4 e 5 crias uma vez por ano, ambos (pai e mãe) cuidam de seus filhotes, e mesmo depois do desmame eles só se tornam independentes no outono após seu nascimento. As raposas-vermelhas vivem em média 9 anos. Características
A raposa-vermelha vive em grupos formados em sua maioria por um macho adulto e várias fêmeas, vivem em tocas protegidas pela vegetação, sendo estas construidas por elas mesmas ou aproveitadas de antigas tocas de coelhos e texugos. Essas raposas tem um tamanho variado de 90cm à 1,38m de comprimento,os machos têm entre 6 e 10kg e as fêmeas de 4 à 8 kg, tem orelhas pontudas e pretas atrás, focinho fino, cauda espessa, olhos triangulares e pequenos, e patas ovais com garras não retrácteis.
Ameaças.
A raposa vermelha, assim como as outras, está pouco ameaçada sendo listada como "pouco preocupante" (LC) e por isso é caçada em muitos lugares dos EUA e da Europa, por «desporto», durante os meses de Outubro a Fevereiro. Na Inglaterra foi proibída em 2005 a caça deste animal, que já era considerada uma tradição secular.
A caça excessiva pode, no entanto, por este animal em perigo, assim como a perda do seu habitat natural.
Habitat.
Habita na América do Norte, na Eurásia e em esparsas populações o norte da África. Também há esparsas populações na Austrália, onde foram introduzidas para dar um fim em um outro animal que também foi introduzido, o coelho. Não são territorialistas, vivem em lugares de comida em abundância. Essas raposas se encontram em partes de clima temperado, não habitando assim zonas de climas equatoriais, tropicais, e polares.
Subespécies.
Vulpes vulpes vulpes
Vulpes vulpes crucigera
Vulpes vulpes japonica
Vulpes vulpes peculiosa kishida
Vulpes vulpes fulfa
Vulpes vulpes rubricosa
Vulpes vulpes regalis
Vulpes vulpes macroura
Vulpes vulpes necator
Vulpes vulpes alascensis
Vulpes vulpes harrimani
Vulpes vulpes kenaiensis
Vulpes vulpes abietorum
Vulpes vulpes cascadensis
Vulpes vulpes arabica
Vulpes vulpes karagan
Vulpes vulpes silacea
Lince-Ibérico
O lince-ibérico (Lynx pardinus), é a espécie de felino mais gravemente ameaçada de extinção e um dos mamíferos mais ameaçados. Tem um porte muito maior do que um gato doméstico e o seu habitat restringe-se à Península Ibérica. Apenas existem cerca de cem linces ibérico em liberdade em toda a Península Ibérica. Aparentemente encontra-se quase extinto em Portugal.
Distribuição.
O lince-ibérico somente existe em Portugal e Espanha. A população está confinada a pequenos agregados dispersos (ver mapa de distribuição), resultado da fragmentação do seuhabitat natural devido a factores antropogénicos. Apenas 2 ou 3 agregados populacionais poderão ser considerados viáveis a longo termo. A sua alimentação é constituída por coelhos, mas quando estes faltam ele come veados, ratos, patos, perdizes, lagartos, etc. O lince-ibérico selecciona habitats de características mediterrânicas, como bosques, matagais e matos densos. Utiliza preferencialmente estruturas em mosaico, com biótopos fechados para abrigo. O lince-ibérico pode-se encontrar na serra da Malcata, situada entre os concelhos do Sabugal e de Penamacor, integrando o sistema montanhoso luso-espanhol da Meseta.
Habitat e ecologia.
Este felino Habita no matagal mediterrânico. Prefere um mosaico de mato denso para refúgio e pastagens abertas para a caça. Não é frequentador assíduo de plantações de espécies arbóreas exóticas (eucaliptais e pinhais).
Como predador de topo que é, o lince ibérico tem um papel fundamental no controlo das populações de coelhos (sua presa favorita) e de outros pequenos mamíferos de que se alimenta.
Comportamento.
É um animal essencialmente nocturno. Trepador exímio. Por dia, poderá deslocar-se cerca de 7 km.
Os territórios dos machos podem sobrepôr-se a territórios de uma ou mais fêmeas.
Os acasalamentos ocorrem entre Janeiro e Março e após um período de gestação que varia entre 63 e 74 dias nascem entre 1 e 4 crias. O mais comum é nascerem apenas 2 crias que recebem cuidados unicamente maternais durante cerca de 1 ano, altura em que se tornam independentes e abandonam o grupo familiar. Regra geral, quando nascem 3 ou 4 crias, estas entram em combates por comida ou sem qualquer motivo e acabam por sobrar apenas 2 ou até 1, daí um dos seus pequenos aumentos populacionais.Não existe dimorfismo sexual entre macho e fêmea.
Ameaças.
A principal ameaça resulta do desaparecimento progressivo das populações de coelhos (sua principal presa) devido à introdução da mixomatose. A pneumonia hemorrágica viral, que posteriormente afectou as populações de coelhos, veio piorar ainda mais a situação do felino.
Outras ameaças:
-Utilização de armadilhas para coelhos
-Atropelamentos
-Caça ilegal
Evolução populacional.
Evolução das estimativas do número total de indivíduos desde 1969 (apenas indivíduos no estado selvagem estão contabilizados):
1969: Vários milhares
1978: 1000 a 1500
1987: 1000 a 1500
1991: Cerca de 1000
1992: Não mais que 1200, excluindo crias
1995: Não mais que 1300
1998: Cerca de 800
2000: Cerca de 600
2002: Menos de 300
2003: 150 a 300
2004: 120 a 155
2006: 135 a 110
2008: 110 a 150
Segundo Nowell e Jackson (1995), o número de indivíduos existentes em Portugal no ano de 1995 não excederiam 100. Segundo os mesmos autores, para Espanha e para o mesmo ano, a população seria de 1200.
Medidas de conservação.
Um programa de reprodução em cativeiro está a ser desenvolvido em Espanha. Para tal, linces que estejam em subpopulações inviáveis terão que ser capturados.
Esta espécie está totalmente protegida em Portugal e Espanha.
Listada na CITES (apêndice I)
Em Portugal, a Liga para a Protecção da Natureza (LPN), em parceria com a organização internacional Fauna & Flora International (FFI), lançou, em 2004, o Programa Lince, que conta com a participação e o apoio técnico e científico de um grupo composto pelos principais especialistas nesta espécie em Portugal. No âmbito deste Programa, têm sido desenvolvidos projectos, entre os quais se incluem Projectos LIFE, que visam sobretudo a recuperação do habitat natural do Lince Ibérico. O Centro Nacional de Reprodução do Lince-Ibérico (CNRLI) de Silves terá o propósito de fazer com que linces reprodutores em cativeiro se reproduzam no território nacional
Taxonomia.
O lince-ibérico e o lince euroasiático eram simpátricos, na Europa Central, durante o Pleistoceno (Kurté'n 1968, Kurtén e Grandqvist 1987). Segundo Werdelin (1981), estas duas espécies evoluíram da primeira espécie de lince identificável (Lynx issiodorensis).
Antigas denominações científicas desta espécie:
Felis pardina
Felis lynx pardina
Lynx lynx pardina
Felis pardinus
Lobo Ibérico
O lobo-ibérico (Canis lupus signatus) é uma subespécie do lobo-cinzento que ocorre na Península Ibérica. Outrora muito abundante, sua população actual deve rondar os 2000 indivíduos, dos quais cerca de 300 habitam a região norte de Portugal. A subespécie foi descrita pelo cientista espanhol Ángel Cabrera em 1907.
Características.
Um pouco mais pequeno e esguio que as outras subespécies do lobo-cinzento, os lobos-ibéricos machos medem entre 130 a 180 cm de comprimento, enquanto as fêmeas medem de 130 a 160 cm. A altura ao garrote pode chegar aos 70 cm. Os machos adultos pesam geralmente entre 30 a 40 kg e as fêmeas entre 20 a 35 kg.
A cabeça é grande e maciça, com orelhas triangulares relativamente pequenas e olhos oblíquos de cor amarelada. O focinho tem uma área clara, de cor branco-sujo, ao redor da boca. A pelagem é de coloração heterogênea, que vai do castanho amarelado ao acinzentado mesclado ao negro, particularmente sobre o dorso. Na parte anterior das patas dianteiras possuem uma característica faixa longitudinal negra.
Reprodução
A época do acasalamento abrange o final do inverno e princípio da primavera (Fevereiro a Março). Após um período de gestação de 2 meses nascem entre 3 e 8 crias (lobachos), cegas e indefesas. As crias e a mãe permanecem numa área de criação e são alimentadas com comida trazida pelo resto da alcateia.
Por volta de outubro as crias abandonam a área de criação e passam a acompanhar a alcateia nas suas deslocações. Os jovens lobos alcançam a maturidade sexual aos 2 anos de idade. Aos 10 anos já são considerados velhos, mas em cativeiro chegam a viver 17 anos.
Alimentação.
Sua alimentação é muito variada, dependendo da existência ou não de presas selvagens e de vários tipos de pastoreio em cada região. A vida em alcateia permite ao lobo caçar animais bastante maiores que ele próprio.
As suas principais presas são o javali, o corço e o veado, e as presas domésticas mais comuns são a ovelha, a cabra, a galinha, o cavalo e a vaca. Ocasionalmente também mata e come cães e aproveita cadáveres que encontra, isto é, sempre que pode é necrófago.
Comportamento.
O lobo-ibérico vive em alcateia de forte organização hierárquica. O número de animais numa alcateia varia entre os 3 a 10 indivíduos e está composta por um casal reprodutor (casal alfa), um ou mais indivíduos adultos ou subadultos e as crias do ano. A alcateia caça e defende o território em grupo.
Os indivíduos de uma alcateia percorrem uma área vital que varia em tamanho de acordo com as características da região. Em Portugal, as áreas vitais são relativamente pequenas, entre 100 e 300 km2. Buscando presas, os lobos podem percorrer entre 20 a 40 km diários dentro do seu território. Essas deslocações ocorrem geralmente à noite.
Distribuição.
Ainda no século XIX o lobo se distribuía por quase todo o território da Península Ibérica. Ao longo do século XX, a caça e a redução do habitat natural causaram sua extinção na maior parte desse território. Actualmente o lobo-ibérico está praticamente restrito ao quadrante noroeste da península.
Espanha.
Em Espanha a área de distribuição do lobo abrange cerca de 100.000 km2, ocupando a maior parte da Galiza e grande parte das Astúrias e Cantábria e a metade oeste de Castilla y León, além de pequenas áreas no País Vasco. Ao sul é possível a existência de populações isoladas na Sierra Morena.
Acredita-se que a grande população do noroeste esteja em aumento, podendo eventualmente colonizar a região central da Espanha.
Portugal.
Em Portugal a área de distribuição do lobo abrange cerca de 20.000 km² no norte do país. Considera-se que existem duas populações separadas pelo Rio Douro:
Uma população próspera ao norte do Douro, em uma área montanhosa que ocupa os distritos de Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Bragança e pequena parte do distrito do Porto. Essa população abrange cerca de 50 alcatéias e é contínua com a grande população do lado espanhol da fronteira. Áreas protegidas portuguesas importantes para a preservação do lobo ao norte do Douro são o Parque Nacional da Peneda-Gerês, o Parque Natural do Alvão, o Parque Natural de Montesinho e o Parque Natural do Douro Internacional.
Uma população em declínio ao sul do Douro, distribuída em parte dos distritos de Viseu, Guarda e, talvez, Aveiro e Castelo Branco. Essa população abrange apenas 10 alcateias e encontra-se isolada em relação à população do norte do Douro. Seu futuro é incerto, considerando-se que pode extinguir-se no curto ou médio prazo.
Conservação.
Como em toda a Europa, o lobo é temido pelas pessoas na Península Ibérica desde tempos remotos. A alegada ferocidade do lobo e o roubo de animais de criação levaram à caça sistemática destes canídeos, que tiveram sua área de distribuição geográfica muito reduzida. Enquanto que no início do século XX os lobos ainda se distribuíam por quase todo o território continental português, calcula-se que hoje esses animais ocupem apenas 20% da sua área de distribuição original.
Apesar de que a caça é hoje proibida, o lobo ainda é ameaçado pela destruição da vegetação nativa e a construção de grandes infra-estruturas, como auto-estradas, que fragmentam os habitats. A diminuição do número de presas naturais do lobo, como o javali, o corço e o veado, levam os lobos a atacar animais domésticos e a entrar em conflito com as populações rurais.
Em Portugal o lobo-ibérico é classificado como espécie "em perigo" (EN), enquanto que em Espanha é classificado como "vulnerável" (VU). A população de Lobos Ibéricos tem vindo a aumentar devido aos esforços de conservação tanto em Portugal como em Espanha.
Fojos.
Na Península Ibérica, chama-se de fojo a vários tipos de armadilhas usados para capturar os lobos desde tempos remotos . As últimas batidas e capturas de lobos em fojos na península ocorreram ainda na segunda metade do século XX.
Os fojos foram comuns no norte da Península Ibérica, e são frequentes na toponímia local. Alguns ainda estão bem-preservados e são importantes testemunhas da relação ancestral e conflituosa entre o homem e o lobo.
Há vários tipos de fojos. Os mais simples consistiam simplesmente de um fosso no chão, disfarçado com vegetação. O lobo era levado à armadilha por uma batida organizada pela população local ou era atraído por um isco vivo colocado dentro do fojo.
Os fojos de cabrita consistiam de um fosso de formato circular reforçado com paredes de pedra. No centro do fosso era colocado um isco vivo, como uma cabrita, para atrair o lobo. Uma vez dentro, o animal não conseguia escapar, devido à altura e formato das paredes de pedra.
Os fojos de paredes convergentes eram as estruturas mais elaboradas. Consistiam de duas longas paredes de pedra, com cerca de 2 metros de altura, que convergiam a um fosso revestido de pedra, que era disfarçado com vegetação. As populações rurais das aldeias vizinhas organizavam batidas, nas quais os lobos em fuga eram conduzidos ao fosso, sendo depois mortos. Os muros dos fojos podiam ser muito longos: os maiores conhecidos chegam a ter mais de 1 km de extensão. A construção dessas estruturas requeria o trabalho intenso das comunidades afectadas pelos lobos.
A maioria dos fojos de paredes convergentes não é usada há mais de 200 anos, mas alguns ainda eram utilizados em Espanha e na região de Peneda-Gerês em Portugal na primeira metade do século XX. A última batida conhecida que utilizou esse tipo de fojo ocorreu em finais da década de 1970 na freguesia do Soajo.
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